sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ESTUDO DE CASO



CASO DIÁLOGO NA LIVRARIA


Moisés, Massahiro e Lívio são amigos desde que ingressaram na Universidade.
Moisés está há pouco tempo trabalhando como estagiário. Seu novo empregador é uma
grande corporação multinacional, do ramo de produtos de higiene pessoal.
Estava, Moisés, um dia desses, visitando uma livraria, quando encontrou
Massahiro, professor em um colégio particular e Lívio, estagiário em outra grande
multinacional.
Massahiro: E então, Moisés, que nos conta de seu novo emprego?
Moisés: Ah, Massahiro, é uma empresa grande, com atuação no mundo todo,
cheia de recursos e benefícios. Do ponto de vista do desafio, estou gostando muito. Só
que há um problema, que estou precisando discutir com alguém. E vai ser com vocês.
Imaginem, meus amigos, que nessa empresa os gerentes acreditam que os funcionários
devem ficar trabalhando até tarde, sem horário para sair.
Massahiro: Ah, já ouvi falar disso. Pelo que sei, muita gente faz isso. A
propósito, há pouco tempo uma revista publicou um artigo sobre o sucesso dos
executivos. A recomendação principal era a seguinte: se você quiser fazer carreira, tem
que se dedicar totalmente.
Lívio: Na minha empresa todo mundo leu esse artigo. Meu chefe, o presidente,
pensa desse jeito. Ele acha que o funcionário só pode sair depois do chefe. Não pergunte
o que a empresa pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por ela.
Massahiro: Tenha dó, Lívio! Não me diga que você leva isso a sério! Eu achei
esse artigo uma obra-prima do mau- gosto!...
Lívio: Escute, Massahiro, se há trabalho para fazer, as pessoas precisam ficar até
quando for necessário. Depois, os mais dedicados são recompensados. Pergunte a quem
é diretor ou presidente. Só faz carreira quem vive para a empresa.
Moisés: Sim, e os mais neuróticos também! Na empresa em que estou agora,
ninguém mais tem direito à vida pessoal. Ninguém mais pode pegar filho na escola ou ir
ao cinema. Tudo porque os chefes acham que é mais eficiente quem trabalha mais.
Agora, estão inventando de trabalhar até aos sábados.
Lívio: Moisés, e o que há de errado nisso? De fato, quem trabalha mais é mais
eficiente e mais competitivo. Veja os japoneses, que se matam por suas empresas. Além
disso, a convivência reforça o espírito de grupo. Veja os japoneses novamente. Eu acho
que se você quiser subir na empresa, tem que deixar outras coisas em segundo plano.
Massahiro: Eficiente, espírito de grupo? Eu não acredito! Tenha dó outra vez,
Lívio. Eficiente é quem trabalha menos. Esse argumento seu é de gente que não
consegue fazer o trabalho durante o horário normal do expediente. Essa gente é
ineficiente, isso sim, e fica vendendo essa mitologia da dedicação. Depois, faça isso
com as pessoas para você ver o que acontece! Elas vão ficando frustradas e acabam se
tornando ineficientes. Isso se não se matarem, literalmente, como às vezes acontece no
Japão. Ou se não matarem os chefes antes, como aconteceu várias vezes nos Estados
Unidos.
Lívio: Calma, Massa, não se exalte! Se você não fizer isso, todo mundo debanda
e a empresa fica às moscas. Aliás, você, que é professor, devia saber que há professores
que ficam pulando de uma escola para outra, dando aula de manhã até a noite.

Massahiro: Isso é diferente, pessoal. O professor ganha de acordo com o que
trabalha. Na empresa, você ganha a mesma coisa, trabalhando mais ou menos.
Moisés: Sim, Massa, mas há a perspectiva da promoção para os mais dedicados!
Mas, de qualquer forma, eu acho que há algo errado nisso. Parece que não há mesmo
muito trabalho para fazer. As pessoas ficam até tarde só para mostrar que vestem a
camisa e ganhar pontos com seus chefes.

QUESTÕES
1. Que problemas de administração de recursos humanos estão ilustrados neste caso?
2. Faça uma síntese dos argumentos de cada um dos personagens e indique quem está
concordando com quem.
3. Qual é seu ponto de vista a esse respeito?

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